Hoje vou responder 02 perguntas para quem gosta de vinhos e gostaria saber como fazer vinho caseiro!
Mas, antes de responder a essas duas perguntas, sugiro que você conheça um pouco da historia do vinho no Brasil, mas vou antecipar, acredite, os melhores vinhos podem e são feitos artesanalmente em muitas casas!
O Brasil foi descoberto pelos Portugueses em 1500, e em 1532 Martim Afonso de Souza chegou com as primeiras mudas de videiras Vitis viníferas que foram plantadas na Capitania de São Vicente, porém sem sucesso em função do clima e do solo. Mas Brás Cubas membro da expedição de Martim Afonso de Souza transfere as plantações do litoral para o Planalto Atlântico e em 1551 consegue elaborar o primeiro vinho brasileiro, mas sem muito sucesso, sua iniciativa não teve sequência devido as condições de solo e clima não serem adequados ao cultivo das videiras.
Em 1626 os Jesuítas chegaram à região das Missões e impulsionam a vitivinicultura no Sul do Brasil. O Padre Roque Gonzales de Santa Cruz recebeu os créditos pela introdução das videiras no Rio Grande do Sul, com ajuda dos Índios foi elaborado vinho utilizado nas celebrações religiosas.
Em 1640 foi promovida a primeira degustação no Brasil. A intenção foi de melhorar os vinhos comercializados no país.
Em 1732, os Portugueses da Região do Açores, povoaram o litoral do Rio Grande do Sul e formaram-se colônias em Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande, plantaram mudas de videira provenientes do Açores e da Ilha da Madeira, mas as plantações não se desenvolveram adequadamente.
Em 1789 a corte portuguesa percebeu o grande interesse do Brasil pela vinicultura e proibiu o cultivo de uva no país, como forma de proteger a sua produção em Portugal. A medida inibiu a comercialização da bebida nas colônias e restringiu a atividade ao âmbito familiar.
Em 1808, quando da transferência da coroa portuguesa para o Brasil é derrubada à proibição ao cultivo da uva e são estimulados os hábitos no entorno do vinho, inclusive degusta-lo junto às refeições, encontros sociais e festas nas comunidades religiosas.
Em 1817, os gaúchos são considerados pioneiros na vinicultura e esse pioneirismo se materializa no lendário Manoel Macedo, produtor da cidade de Rio Pardo, até o ano de 1835 todo o vinho que produzia era documentado, em um dos anos ficou registrado a elaboração de 45 pipas, o que lhe rendeu a primeira carta patente para a produção da bebida no país.
Em 1824 tem início a colonização alemã e os mesmos tinham muito interesse em vinhos. Na mesma época o italiano João Batista Orsi se estabelece na Serra Gaúcha e recebe de Dom Pedro I a concessão para o cultivo de uvas europeias, torna-se um dos precursores do ramo na região.
Em 1840 pelas mãos do inglês Thomas Messiter, são introduzidas no Rio Grande do Sul as uvas Vitis Lambrusca e Vitis Bourquina, de origem americana que são mais resistentes a doenças. Inicialmente foram plantadas na Ilha dos Marinheiros, na lagoa dos Patos e logo se espalharam pelo Estado.
Em 1860 a uva Isabel, uma das variedades americanas introduzidas no Rio Grande do Sul, ganha rapidamente a simpatia dos agricultores. Há registros de que, por volta de 1860 a uva Isabel formava vinhedos nas cidades de Pelotas, Viamão, Gravataí, Montenegro e municípios do Vale dos Sinos.
Em 1875 ocorre o grande salto na produção nacional de vinhos em função da chegada em massa dos imigrantes italianos, pois, trouxeram de sua terra natal o conhecimento técnico de elaboração dos vinhos e a cultura do consumo, os italianos elevaram a qualidade da bebida e conferem importância econômica à atividade.
Em 1881 foi elaborado 500 mil litros de vinho na cidade de Garibaldi no Rio Grande do Sul, este número consta em um relatório feito em 1883 pelo cônsul da Itália, Enrico Perrod, após sua visita à região.
Em 1928 é criado o Sindicato do Vinho, essa iniciativa foi articulada por Oswaldo Aranha, então secretário estadual do Governador Getúlio Vargas.
Em 1929 o associativismo é adotado pelos agricultores e em um período de 10 anos, 26 cooperativas são fundadas, algumas como a cooperativa Garibaldi atuam até hoje. O modelo da competitividade entre os pequenos produtores os direciona a uma situação de equilíbrio, tal equilíbrio é alcançado na década seguinte.
Em 1951 a vinícola Georges Aubert é transferida da França para o Brasil e marca o início de um novo ciclo. O interesse de empresas estrangeiras no país se consolida na década de 70 e trouxe novas técnicas para os vinhedos e para as cantinas, além de ampliar as áreas de cultivo da uva.
Em 1990 temos as vinícolas melhoradas, pois ao longo da década de 80 os vinhedos passaram por uma tremenda reconversão, e à partir da abertura econômica do Brasil a produção de vinho ganha impulso. O acesso a diferentes estilos de vinhos e a concorrência com os importados levaram os produtores a melhorar a qualidade.
Em 2002 a vitivinicultura está consolidada em diferentes regiões, do Sul ao Nordeste do país, cada zona produtiva investe no desenvolvimento de uma identidade própria. O pioneiro é o Vale dos Vinhedos, que conquista a Indicação de Procedência em 2002.
As referências do vinho da Serra Gaúcha
Acompanhando o crescimento do comércio, o vitivinicultor gaúcho ia se escolarizando em sua arte. Deve-se ao grande professor italiano que fincou raízes no Brasil, Celeste Gobbato a edição do livro ?Manual do Vitivinicultor Brasileiro?, onde tudo o que fez e testou na Estação Experimental de Viticultura e Enologia, instalada em Caxias do Sul, era apresentado de forma ilustrada e muito didática.
Chegamos à década de 1940 e o Brasil conheceria três grandes ?leões? nesse mundo da uva e do vinho: os médicos Luiz Pereira Barreto, Campos da Paz e o agrônomo Júlio Seabra Inglez de Sousa. Os dois primeiros insistindo e provando que o Brasil tinha grande potencial para investir na vitivinicultura, fazendo cultivar cepas resistentes ao nosso clima, em que os altos índices de umidade provocaram muitas doenças nas castas mais delicadas. Já o professor Inglez de Sousa, da Escola de Agronomia Luiz de Queiroz, de Piracicaba, em São Paulo, estudava in loco e academicamente toda a vitivinicultura brasileira. Seu livro ?Uvas para o Brasil? até hoje é considerado um clássico e um marco nesse assunto.
Reinava no início dos anos 50 a coleção de vinhos varietais da Granja União de Caxias do Sul. A fama desses vinhos era tanta que o brasileiro foi se acostumando a pedir vinhos pelo nome de suas castas. Assim Cabernet, Merlot, Riesling, Bonarda, Malvasia di Candia e tantas outras foram criando nichos de admiradores pelo território nacional. No campo dos vinhos populares, o Sangue de Boi da Cooperativa Vinícola Aurora iniciou seu domínio e alguns milhões de garrafões de 5 litros passaram a conviver intimamente nos lares do Brasil.
No início da década de 70, a indústria vinícola nacional dá o seu segundo grande salto. A qualidade encontrou no marketing a sua grande aliada, os rótulos começam a ser bem elaborados e as marcas com nomes franceses e alemães passaram a dominar o mercado, como Château Duvalier, Château D?Argent, Saint Honore, Jolimont, Château Lacave, Clos de Nobles, St. Germain, Conde Foucauld, Bernard Tailand, Forestier, Gran Bersac, Katzwein, Nachtliebewein, Loreley, Kiedrich, Johannesberg etc. Os nomes alemães, por sua vez, ainda aproveitam a grande onda de sucesso no Brasil dos vinhos alemães importados de garrafa azul.
Ações isoladas de qualidades superiores como as apresentadas pelo viticultor e sonhador Oscar Guglielmone, com o seu vinhedo localizado em Viamão, despertavam curiosidades entre os enófilos de primeira viagem. Mas a grande virada ainda estava por vir. E ela seria dada com o interesse das multinacionais das bebidas pelos vinhos do Rio Grande do Sul.
Em um espaço de quase 10 anos instalaram-se no Sul do Brasil as poderosas Heublein e a Seagran. Da Itália vieram a Martini e Rossi e a Cinzano, associada à Chandon, da França. Dos Estados Unidos, a Almadén.
Comprando vinícolas familiares tradicionais ou simplesmente começando do zero, esse pessoal acordou o vitivinicultor gaúcho ao mostrar que a modernização era um fato real e a administração científica viria para se sobrepor à administração familiar. Ou seja, todos acordaram para uma realidade que não haveria de ter retorno: o vinho é um negócio.
Embora todos sempre tivessem muito do que se orgulhar de seus antepassados, o negócio do vinho era mais forte e ágil do que as lembranças. Profissionais tarimbados de outros países foram chegando e, aos poucos, impuseram suas teorias e práticas. Junto delas, o pessoal do Colégio de Viticultura e Enologia (CVE) iniciou esse progresso, refez seu currículo e amadureceu para que anos mais tarde pudesse ser implantado um curso superior de enologia. Nomes como Phillipe Coulon, Dante Calatayud, Adolfo Lona, Ernesto Cataluña iam se firmando como criadores de novos estilos de vinhos.
Mais recentemente a produção vitivinícola se modernizou e foi buscar novos terroirs, indo parar até no Vale do São Francisco.
Muitas famílias descendentes dos primeiros imigrantes italianos entenderam bem o que se passava e não deixaram escapar a oportunidade de se profissionalizarem oficialmente, criando então novas empresas ou solidificando as já existentes com um alto nível de sofisticação técnica e muito conhecimento empresarial. Daí surgem Miolo, Pizzato, Lovara, Dal Pizzol, Dom Cândido, Valduga, Lidio Carraro, Dom Giovanni, Pedrucci, Marson, Valmarino e tantos outros que, junto dos mais antigos como Cooperativa Aurora, Salton, Cooperativa Garibaldi, La Cave, redesenham todo o cenário vinícola nacional. Eles não se sentem mais intimidados em inovar, chegando a subir a Serra e buscar novos horizontes para os seus vinhedos, indo cultivar grandes extensões de parreiras projetadas e ordenadas no Vale do São Francisco, no nordeste do Brasil, na Serra Catarinense e na região da Campanha Gaúcha, no extremo sul do Brasil, na fronteira com o Uruguai.
Junto com tudo isso surge, a partir de 1980, o movimento organizado dos enófilos através da criação de confrarias e entidades profissionais que proliferam por todo o território nacional. No início dos anos 90, caem às barreiras de importação e o Brasil, juntamente com os Estados Unidos, Inglaterra e Japão, forma o quarteto que mais dispõe de vinhos do mundo todo.
Aparecem os especialistas, jornalistas ou não, que se dedicam a disseminar o conhecimento do vinho, pois o brasileiro tem sede de saber, embora ainda com o consumo pífio de 2 litros de vinho per capita.
Vivemos o nosso melhor momento, embora alguns retrógrados e aventureiros do vinho sonhem em voltar ao início do século XX, querendo impor controles tributários sobre o vinho, como se tivéssemos governos competentes para fazê-lo. O nosso vinho é uma realidade, ainda iremos nos orgulhar e muito dos espumantes que produzimos. Por hereditariedade, o brasileiro é alegre e o vinho do Brasil só ajuda a manter esse perfil diferenciado de nosso povo.
A tradição europeia, trazida ao Brasil por milhares de imigrantes, aliada ao investimento em inovação, resultou em vinhos com personalidade única. Cada zona produtora desenvolveu sua especialidade, elaborando rótulos com cultura, tipicidade e sotaque próprios.
Em comum, eles trazem o frescor de uma indústria jovem, formada por pequenos produtores, que fazem vinhos frutados, leves e com presença moderada de álcool. Esse estilo vem sendo descoberto e cada vez mais admirado mundo afora.
Hoje, a produção de vinhos finos no Brasil chega a 10.000 hectares de uvas Vitis vinifera, divididos principalmente entre seis regiões. São aproximadamente 150 vinícolas elaborando vinhos finos espalhadas pelo país. A indústria vitivinícola brasileira é formada ainda por cerca de outras 1.000 vinícolas, a maioria instalada em pequenas propriedades (média de 2 hectares por família), dedicando-se à produção de vinhos de mesa ou artesanais. Ao todo, entre variedades viníferas e comuns, a área coberta por vinhedos no país é de aproximadamente 89.000 hectares, em polos localizados de norte a sul.
O país se consolidou como o quinto maior produtor da bebida no Hemisfério Sul e certamente é um dos mercados que cresce mais rapidamente no globo.
Os rótulos feitos aqui são alegres, jovens, autênticos, antenados e focados nas pessoas que procuram uma vida mais feliz e são atentas a novas experiências. É por isso que os vinhos brasileiros têm a cara do Brasil.
Os dados mostram o bom momento vivido pelos vinhos brasileiros no exterior. Há pouco tempo um desconhecido no mapa vitivinícola internacional, hoje o país desfruta do papel de novidade, atraindo atenção e alavancando os números da indústria enológica verde-amarela em seus mercados-alvo. Confira alguns destaques que corroboram esse fenômeno.
ESTATÍSTICAS
4,4 milhões
Venda: Brancos Finos 2014 (litros)
14,7 milhões
Venda: Tintos Finos 2014 (litros)
16,8 milhões:
Venda de Espumantes 2014 (litros)
RELATÓRIOS
Agora que você ficou conhecendo um pouco do cenário nacional do vinho vou responder as 02 perguntas:
01 ? É possível fazer vinho caseiro?
Sim, é possível fazer vinho artesanal em casa com qualidade excepcional.
02- Será que eu consigo fazer vinho caseiro?
Sim você consegue fazer seu próprio vinho, basta seguir uma receita detalhada.
Fiz uma pesquisa pela Internet e encontrei várias receitas, mas vou confessar, sou fabricante de vinhos e estou envolvido com vinho artesanal a mais de 25 anos, sem desmerecer as receitas que vi na Internet, se você seguir NÃO SAIRÁ BONS VINHOS, faltaram MUITAS informações importantíssimas, digamos o pulo do gato.
Gostou, então vem comigo e aprenda a produzir vinhos Artesanais, conte comigo e com nossa equipe, afinal, são décadas de experiência em vinhos artesanais.
Forte abraço!
J. Sergio Boffette
Produtor e professor de vinhos artesanais.
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